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#Compartilhe – Murphy sempre tem razão: Desventuras em Miami

02 mar 2014
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Aqui no Blog temos a TAG #Compartilhe. É um espaço para nossos leitores contarem alguma furada, situação inusitada ou algo interessante. Hoje quem participa com a gente é a escritora e jornalista Teca Machado (Leiam I LOVE NY) e no relato dela tem multa, furacão, tempestade tropical, perda de voo, preços caríssimos, cartão de crédito bloqueado e voo marcado no dia errado. Ufaaaa… ah, sim, é a história de um único dia de viagem! ahaha 

Aproveitem a leitura (e o causo):

Eu inocente, tirando foto  de dentro do carro sem saber o que me esperava!

Eu inocente, tirando foto de dentro do carro sem saber o que me esperava!

Sabe o Murphy? Aquele sujeitinho cretino que dizia que se algo pode dar errado, vai dar errado? Pois é, ele tinha razão. E o nome desse blog nunca fez tanto sentido: Com os erros aprendi. Porque depois desse sufoco que eu passei, com certeza aprendi com as minha falhas. A Iara achou meu relato tão absurdo que pediu para eu contar para vocês.

Então, senta que lá vem história!

Em julho de 2010, altíssimo verão americano, a família do meu namorado Caio me chamou para ir com eles para Miami e Orlando. Faltavam só dois meses para a viagem, mas eu e o Caio milagrosamente encontramos passagens de ida e volta por R$ 1.500 pela Copa Airlines. Ficamos nos achando as últimas bolachas do pacote por causa do preço maravilhoso.

Durante 14 dias aproveitamos os passeios, tomamos muito sol, visitamos vários parques da Disney e gastamos dinheiro a rodo fazendo compras. Foi lindo. Até o dia da volta. Nosso avião saía de Miami às 19h e alguma coisa. Naquele dia estávamos em Orlando ainda, mas como era uma viagem de carro de três, quatro horas no máximo até Miami, saímos de manhã.

Viram? Tivemos momentos felizes na viagem. Ainda bem que foi so na volta que Murphy atacou!

Viram? Tivemos momentos felizes na viagem. Ainda bem que foi so na volta que Murphy atacou!

Erro nº1 – Parar para tomar café da manhã: Ficamos na lojinha de conveniência cerca de 40 minutos, afinal, tínhamos tempo de sobra.

 Erro nº2 – Comer na lojinha de conveniência: Meu namorado era o motorista e ele passou mal com alguma coisa que comeu. Um tempinho depois que estávamos na estrada tivemos que parar para ele se recuperar. Mais uma hora perdida.

 Erro nº3 – Ultrapassar o limite de velocidade: Não faça isso, por mais que aquelas estradas sejam maravilhosas e praticamente digam “Vem! Pisa no acelerador! Eu não tenho buracos e sou retinha. Tenho certeza que você vai praticamente voar”.

Tomamos uma multa digna de cinema ainda na ida para Orlando, com carro de polícia perseguindo e sirenes ligadas. O melhor foi o Caio tentando se explicar para o guarda: “Eu não sou daqui”. E o policial respondeu na lata “No Brasil não existem limites de velocidade?” (Ai. Doeu).

Nos Estados Unidos é preciso pagar a multa numa corte da cidade onde você cometeu a infração e se não fizéssemos isso era possível que o passaporte do meu namorado ficasse com problemas. Então, decidimos que na volta pararíamos para pagar a multa.  Chegando lá, o local estava cheio e perdemos umas duas horas.

Ok, ainda tínhamos muito tempo e estávamos apenas a uns 40 quilômetros do aeroporto. Até que aconteceu o maior imprevisto do mundo.

 Erro nº 4 – Confiar na meteorologia: O dia de repente ficou noite. Eis que o Furacão Emily (Eu NUNCA vou esquecer o nome dessa porcaria de furacão!) resolveu atacar impiedosamente a América Central. Ele não chegou até a Flórida, mas as suas tempestades tropicais sim. E chegaram bem na hora que nós precisávamos estar no aeroporto.

Chovia como eu nunca tinha visto na vida. A única coisa que a gente enxergava dos carros eram os faróis e luzes de freios. Ficamos horas parados na rodovia enquanto caia o maior dilúvio desde a época de Noé.

Aqui a chuvinha já estava melhorando.

Aqui a chuvinha já estava melhorando.

O desespero bateu porque o cronograma apertou, mas pensamos que se estava chovendo tanto, provavelmente o aeroporto tinha fechado. Mas nããããão, Murphy nos pregou mais uma peça e fez com que na região do aeroporto não caísse nem uma gotinha de chuva.

Erro nº5 – Ter feito check in on line: Depois de passar a chuva, entregar o carro alugado na locadora e pegar uma van até o saguão do aeroporto, perdemos o voo. Faltava meia hora para o voo, mas, adivinhem! Voos internacionais fecham as portas 40 minutos antes da decolagem. Como tínhamos feito check in on line, perdemos a passagem. Não dava para remarcar, a solução era comprar outra.

Em plena alta temporada… Em cima da hora… Tendo gasto todo o dinheiro da conta bancária.

A Copa Airlines já tinha fechado o balcão de atendimento e uma funcionária de muito mau humor por ter sido interceptada por nós pouco antes de ir embora disse que só tinha passagem para o Brasil daqui duas semanas e ao preço de U$ 3.000. Não, obrigada.

Nesse momento meu namorado tentava resolver a situação e eu estava sentada no chão do aeroporto rodeada por umas seis malas, com a cara da derrota.

Na frente do guichê da Tam tinha gente acampada por causa de overbooking. Perguntamos e passagens só para dali 10 dias no preço de U$ 3.000 e tantos dólares. Não, obrigada, de novo.

Nesse ponto eu já estava chorando: “Eu quero a minha casaaaaaaa” (Ai, ai, tão madura!).

Até que o Caio viu um atendente da Delta Airlines falando em português e pediu ajuda para ele. O carioca Marcelo (Nunca vou esquecer o nome daquele anjo!) conseguiu o melhor negócio para a gente: Passagens de volta para dali três dias por U$ 1.700. À vista.

Ai! Doeu o bolso, ainda mais porque as passagens originais tinham sido tão baratas. Mas, fazer o que? A gente não tinha outra opção. Peguei o cartão de crédito do meu pai (Só para emergências) e paguei. Enquanto isso, o anjo Marcelo falava com sotaque bem carioca “Se a vida te deu limõessssss, faça limonadasssssss”.

Limonada… a mais cara da vida.

Esperando nosso voo para finalmente voltar para casa!

Esperando nosso voo para finalmente voltar para casa!

O Marcelo foi legal e nos conseguiu um hotel bem baratinho e muito bom e fomos aproveitar os dias restantes. Mas (sim, ainda tem MAS), como se fosse pouco estarmos sem dinheiro e apenas com um cartão de créditos (que ainda por cima era do meu pai), a VISA bloqueou este cartão porque a conta foi alta e eles acharam que tinha sido clonado. Meu pai, aqui no Brasil, teve que ligar para desbloquear o cartão simplesmente para que pudéssemos comer.

Nesse ponto eu poderia ficar aliviada, mas Murphy tinha tantas cartas na manga que eu só ia acreditar quando saísse da fronteira!

No dia do voo de volta, fomos para o aeroporto com umas seis horas de antencedência. Chegando lá, não conseguíamos fazer o check in de jeito nenhum até que um atendente nos disse que o Marcelo tinha dito que era naquele dia, mas marcou na passagem para o dia seguinte. AAAAI, MEEEEEU DEEEEEEUS! Eu nunca mais ia conseguir sair dos Estados Unidos???? Meu namorado brigou e mudaram a gente para o voo daquele dia mesmo, só que mais tarde.

Felizinhos, quase indo para a sala de embarque, eis que surge o Marcelo pedindo desculpas pela confusão. Quando olhou a nossa passagem, viu que o voo marcado era um que sempre atrasava e que provavelmente íamos perder a conexão e passar a noite no aeroporto de Atlanta. Ele trocou por outro voo e finalmente embarcamos.

Ficamos três horas em Atlanta na conexão. De lá para Brasília uma senhora muito MUITO, mas muito chata sentou do nosso lado e nos incomodou a noite toda. Me contou todas as amarguras do filho sendo deixado pela esposa e às 5h da manhã me acordou porque queria que eu visse como o amanhecer estava bonito.

Depois de muito sufoco, chegamos. Eu não conseguia acreditar. Estava de volta ao Brasil. Eu quase beijei o chão quando desci do avião.

Hoje eu conto essa história morrendo de rir das nossas burrices e dos infortúnios que não foram culpa nossa, mas se tem uma coisa que eu realmente aprendi foi: Murphy sempre tem razão.

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3 comentários em "#Compartilhe – Murphy sempre tem razão: Desventuras em Miami"
  1. Teca Machado   •   03/03/14   •   22h52

    Ah, Murphy, esse malandrinho…
    Hahaha.
    Adorei participar do #compartilhe, Iara!
    Obrigada pelo espaço aqui.
    Beijoooooo (Eu juro que aprendi com os erros)

  2. Isa Sousa   •   05/03/14   •   17h31

    Que história Teca! Murphy é um danadinho fanfarrão pros viajantes às vezes.

  3. Cibele Melo   •   06/03/14   •   13h40

    Meu Deus! Aprendi várias lições lendo esse post! kkkkkkkkkkkkkk